Então vamos lá...
O Arquivo da Santa Sé nasce com iniciativa de Paolo V Borghese por volta de 1610, embora a sua história venha de muito mais tempo, conectando-se com a origem e desenvolvimento da própria Igreja Romana. Desde tempos apostólicos os Papas conservam os registros de suas atividades. Todos esses registros foram mantidos em Scrinium Sanctae Romanae Ecclesiae e acompanhavam os Papas em suas diversas moradas.
Depois de vários projetos de criação de um arquivo central da Igreja, o Papa Paulo V ordenou a transferência dos registros e notas curtas, dos livros da Câmara e das coleções de documentos restantes da época de Pio V para as três salas anexas à Biblioteca Secreta (chamada Sale Paoline). Assim nasceu, totalizando pouco mais de três mil unidades, o documentário chamado Arquivo Secreto do Vaticano.
Em 2000, por vontade de Pablo VI, se abriu o arquivo para estudiosos, revogando o limite estabelecido de documentos para a consulta dos arquivos da Santa Sé.
A abertura dos arquivos do Vaticano possibilitou o acesso à série imensa de registros, realçando a pesquisa e contribuindo para o aprimoramento do conhecimento e estudo da documentação.
Atualmente, o Arquivo Secreto Vaticano possui duas salas de estudo (utilizadas por cerca de 1500 alunos de mais de 60 paises a cada ano); uma biblioteca interna; um workshop sobre conservação, restauração e encadernação; uma oficina para a restauração e estudo dos selos papais; e um laboratório de fotografia e reprodução digital.
Como o próprio professor comentou, dentro desse arquivo existe a produção de diversos registros relevantes sob o ponto de vista da Diplomática. Porém, como pedido vamos comentar somente dois desses registros: a cédula consistorial e a contra-cédula consistorial.
A Cédula Consistorial:
As cédulas consistorial são utilizadas nos procedimentos para atribuir benefícios consistoriais, ou seja bispados e monastérios masculinos maiores. No momento em que se decide a atribuição de um beneficio consistorial, um Cardeal (o relator ou proponente) é encarregado de examinar o caso. Com base no seu relatório, delibera o consistório (isto é, o papa com a assembleia de cardeais). O proponente informa o Vice-Chanceler sobre a decisão por meio da cédula. A cédula começa com um título, como Reverendissime domine; seguido de uma resumo das informações sobre como o Consistório correu,e sempre começa com as palavras Hodie... sanctissimus dominus noster e conclui com o anúncio do selo, a data e assinatura do Cardeal. Quando o próprio Papa relata para o Consistório, a forma de cédula é semelhante a "Motu Proprio"[espécie normativa expedida pelo Papa]. Normalmente ele inicia com as palavras "Hodie in consistorio nostro secreto", sem titulação (exceto em especial casos) e termina com a data (incluindo o aviso do selo pessoal do Papa); assinatura manuscrita do Pontífice e escreve "ita est, N". (iniciais do nome do Pontífice, em Latim). A mais antiga cédula original preservada remonta a 1474.
Análise Diplomática da Cédula Consistorial ( Quando o Papa relata)
- Gênero: Textual
- Direção: Direcionado aos cardeais do consistório
- Notificação: Hodie in cosistorio nostro secreto. (hoje no nosso consistório secreto)
- subscrição: Assinatura manuscrita do Papa
- datação: Data do dia em que foi redigida
- precação: selo pessoal do Papa e os dizeres “ita est, N”
Análise Tipológica da Cédula Consistorial (sob ponto de vista da atividade que a gerou)
- Tipo: Cédula Consistória
- Contexto de criação: Quando há interesse em reuniões de cardeais com o Papa para tratar assuntos relevantes da Igreja Católica
- Definição (Consistório):
s. m.
1. Assembleia de cardeais presidida pelo Papa.
2. Lugar onde se reúne o consistório.
2. Lugar onde se reúne o consistório.
3. Assembleia em que se tratam assuntos graves.
4. Conselho deliberativo de assuntos religiosos.
- Conteúdo: Informações/ Relato de uma decisão referente a um processo de benefícios consistoriais. O cardeal informa ao vice-chanceler por meio da cédula, e o Papa relata para os cardeais por meio de uma cédula consistorial diferenciada.
- Condições de validade: Toda cédula consistorial deve conter Título, resumo do ocorrido, selo, data e assinatura quando feita de um cardeal para o vice-Chanceler; e quando remetida pelo Papa deve conter o selo pessoal Papal,a assinatura manuscrita e as inicias do Papa.
- Autoria responsável: O cardeal no momento em que faz um informativo, e o Papa.
- Documentos conexos: Todo o processo para o benefício consistorial.
A Contra-Célula Consistorial:
Em base da cédula, o vice-chanceler emite a contra-cédula, esta se transmite à chancelaria e constitui a ordem propriamente dita para proceder. Em primeiro lugar contém o nome e o título do vice-chanceler e começa com "Hodie sanctissimus noster"; sua formulação corresponde à da cédula, só se diferencia numa breve informação do consistório. Anúncio do selo, data e assinatura do vice-chanceler constituem a conclusão. A contra-cédula mais antiga remonta-se ao ano de 1537.
Análise Diplomática da Contra-Cédula Consistorial
Gênero: Textual
Direção: Direcionado a Chancelaria
Notificação: Hodie sanctissimus noster
subscrição: Assinatura do vice-chanceler
datação: Data do dia em que foi redigida
Análise Tipológica da Contra-Cédula Consistorial
Tipo: Cédula Contra-Consistória
Contexto de criação: Quando recebe-se a cédula consistória o vice-chanceler emite a contra-cédula para que a ordem propriamente dita aconteça.
Conteúdo: Informações/resumo do consistório
Condições de validade: Nome e título do vice-chanceler;selo;assinatura;data
Autoria responsável: O próprio vice-chanceler
Documentos conexos: A cédula consistorial
a) O que representa a figura da postagem? Que relação ela pode ter com a análise?
>A figura é a bandeira do vaticano A bandeira do Papa, ou do Vaticano é composta por um pano bipartido em amarelo e branco com a Tríplice Tiara sob as chaves da cruzadas.
Como símbolo do Estado do Vaticano esta imagem pode ser encontrada em vários documentos ajudando a identificar a origem do mesmo.
Esse é o Brasão do vaticano.
O Brasão do vaticano representa o poder que a igreja tem. As imagens dele representam de três coroas o Triregono (a coroa do papa, a coroa do mundo e a cruz em cima), a ainda duas chaves que seriam o poder dado ao papa por nosso senhor Jesus Cristo e o fundo vermelho que representa a cidade do vaticano. O vaticano utiliza do brasão para autenticar suas obras.
b) Por que o Vaticano nomeia as tipologias assim?
>Por causa da função que a cédula consitorial desempenha. Através dessa nomenclatura tipológica o vaticano coloca os documentos produzidos no seu contexto sem tirar sua autenticidade e colocando as atividades em seus contextos.
c) A que função está relacionada a produção dos documentos?
{Função – depende da atividade que esta gerando o documento}
>A função da cédula consistorial é a de assegurar benefícios através de uma assembléia precedida pelo papa.
>A contra cédula consistorial teria a função de transmitir o que foi decidido e como proceder na cédula consistorial .
d) Qual o contexto de criação dos documentos? (note-se que são dois)
>Cédula consistorial: criado para uma assembléia para decidir, onde os cardeais e os papas trabalham juntos e deliberam sobre determinado assunto.
>Contra cédula consistorial: é criado após a criação da cédula consistorial é através dela que o vicechaceller pode emitir para o chanceller o que foi decidido e assim ele pode transmitir como deve ser procedido.
Bibliografia:
A tiara e as chaves no Brasão do Vaticano In.http://luzesdeesperanca.blogspot.com/2008/11/tiara-e-as-chaves-no-braso-da-cidade-do.html acessado em28/05/2010
Arquivo Secreto do Vaticano In.<;http://asv.vatican.va/es/dipl/cedoleconc.htm>; acessado em 28/05/2010
_____________________. In.<;http://asv.vatican.va/es/dipl/contracedula.htm>; acessado em 28/05/2010
_____________________. In.http://www.vatican.va/news_services/press/documentazione/documents/sp_ss_scv/insigne/bandiera_storia_it.html >;acessado em 28/05/2010
P. Ludovici, A origem eo significado histórico da bandeira da Santa Igreja RomanaEm A Ilustração Vaticano 7 (1936); M. Belardo, Os acontecimentos de biancogiallo, em L'Osservatore Romano 30 de março de 1956
(ps: trabalho feito em equipe)
Gostei de ver galera!
ResponderExcluirNão vou comentar a fundo agora, porque tá na hora de ir pra aula! há
Lembrem que o blog é de Diplomática e é importante relacionar o tema escolhido com a disciplina. A temática dos documentos do Vaticano são muito interessantes. Pra vocês, assunto é o que não falta. (ontem soube que os documentos da CNBB tbm são bem legais) o/
Boa análise. Muito bem contextualizada. Importante perguntar, como arquivistas: será que por intermédio do documento, somente, todas essas informações poderiam ser levantadas? Outra questão, estes documentos deveriam estar separados ou juntos no momento da classificação e até mesmo da elaboração do plano? será que a contra-cédula substitui a cédula? Após a emissão da contra-cédula eu posso eliminar a cédula? Ou o vice-chanceler guarda a cédula em seu arquivo, e envia a contra-cédula ao chanceler, que a guardará? Ou há informações na cédula que não estão contidas na contra-cédula? Qual seria a função nos diferentes arquivos? São questões interessantes que a análise levanta. Parabéns ao grupo.
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